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Prefeitura começa elaboração do Plano Diretor do Transporte Urbano

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Ariéli Ziegler (Assessoria de Imprensa/PMSM)

No nem tão longínquo 2012, Santa Maria deu início à elaboração do que viria a ser o Plano Diretor de Mobilidade Urbana (PDMU). O que deveria se traduzir em uma ferramenta importante e moderna para um trânsito mais regrado, pensado e organizado, é algo que ainda engatinha. Após consultoria internacional - a prefeitura contratou a Idom (da Espanha) a um custo de R$ 1 milhão -, o plano ficou pronto.  

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DESSERVIÇO
O passo seguinte se deu em 2015, quando o Legislativo aprovou o projeto de lei (de autoria da prefeitura) e o "moldou" como bem entendeu. Ou seja, ajustou conforme interesses eleitoreiros. Condicionando aspectos técnicos ao crivo político.

E UM NOVO GASTO
A prefeitura, agora, desde a semana passada deu continuidade à elaboração do Plano Diretor do Transporte Urbano. A contratada é a ProCidades, empresa de Porto Alegre, que venceu o certame a um custo de R$ 275 mil para dar os subsídios necessários à licitação do transporte coletivo, o que deve ocorrer no primeiro semestre de 2020. A empresa montará os termos do futuro edital do transporte coletivo. Algo positivo e necessário. 

TEMPO PERDIDO
Quem é da área e o que mais incomoda é justamente saber do tempo investido no PDMU - pesquisas de campo, informações levantadas, registradas, quantificadas, planilhadas -, mas para quê?

POTENCIAL 
Até aqui, o saldo não é nada animador: ruas estreitas (e precarizadas), calçadas sem acessibilidade, pedestre em último plano e uma falta de integração entre os modais (inexistência de ciclovias e ciclofaixas decentes e não apenas "remendos", como o que se tem hoje). Dinheiro e tempo jogados fora, ao menos, até aqui.

Uma cidade que sequer se possibilita experimentar o novo. Prova disso foi a frustrada tentativa de retirada dos estacionamentos na 2ª quadra da Rua Dr. Bozano em que a gestão Pozzobom (PSDB) recuou frente à pressão das redes sociais e de comerciantes do entorno. Provincianismo e medo que engessam a cidade em tudo. 

MEDO DE QUÊ?
O poder público não pode ignorar o que está colocado no PDMU. Obviamente que ajustes e adequações, ao observar a realidade, devem e precisam ser feitos. Mas uma coisa precisa ser entendida: não se pode agradar a todos. É questão de Santa Maria se modernizar de vez e de se livrar da mentalidade dos barões do atraso.

Prefeitura diz que "não há retrabalho nem desperdício de dinheiro público"
Do lado da prefeitura, o chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez, assegura que "não há retrabalho nem desperdício de dinheiro público". Cortez enfatiza que o que consta no PDMU "é um caderno de encargos". E o que se faz agora - com a elaboração do Plano Diretor do Transporte Urbano - "é um estudo mais aprofundado e, claro, um detalhamento pormenorizado": 

- O certo seria que cada modal tivesse um plano diretor próprio. Mas pela complexidade do transporte coletivo é que se optou por esse plano diretor próprio. O que se faz, agora, é uma continuidade do PDMU de forma aprofundada.

Cortez complementa ao citar, por exemplo, que em 2013 - quando o PDMU foi concluído - "não se tinha toda a complexidade da rede de transporte atual". Ou seja, o boom dos serviços de corridas por aplicativos e a própria Travessia Urbana, cita.

O chefe da Casa Civil explica que outro ganho que o Plano Diretor do Transporte Urbano trará é a segurança jurídica ao processo licitatório do transporte coletivo do ano que vem:

- O edital (de licitação) não poderia ser feito sem dados técnicos mais apurados, que é o que está sendo feito agora. Assim, vamos colocar na rua uma licitação sem risco algum.

A empresa contratada, ProCidades, terá seis meses para realizar pesquisas de campo (ouvir usuários do transporte), coletar informações dos pontos de ônibus (levantamento numérico de embarque e desembarque, origem e destino de passageiros). E, ainda, haverá audiência pública. Aliás, mesmo enredo e roteiro que o PDMU seguiu lá atrás. 

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